Aula 12 | Procedimentos de Comparações Múltiplas (PCMs)

Usaremos Batista (2025):

A probabilidade de não cometer erro tipo I em um teste é:
\[ 1 - \alpha = 0{,}95 \]
A probabilidade de não cometer erro tipo I em nenhum dos 6 testes (supondo independência) é:
\[ (1 - \alpha)^c = 0{,}95^6 \approx 0{,}735 \]
\[ \text{Taxa de erro} = 1 - (1 - \alpha)^c = 1 - 0{,}95^6 \approx 1 - 0{,}735 = 0{,}265 \]
Ao realizar 6 testes independentes com \(\alpha = 0{,}05\), mesmo que nenhuma hipótese nula seja falsa, há 26,5% de chance de rejeitarmos pelo menos uma incorretamente.
\[ TEE = \frac{\text{Nº de exp. com pelo menos uma hipótese rejeitada indevidamente}}{\text{Número total de experimentos}} \]
\[ L = \sum_{i=1}^k c_i \mu_i, \quad \text{com } \sum c_i = 0 \]
\[ L = \mu_1 - \mu_2 \]
Comparações múltiplas consistem em testar múltiplos contrastes simultaneamente
Ajusta o nível \(\alpha\) de cada teste individual: \(\alpha^* = \frac{\alpha}{c}\)
Garante que o TEE ≤ α
Aplicável a qualquer conjunto de testes
Reduzir falsos positivos (bom)
Aumentar falsos negativos (ruim – perda de poder estatístico)
\[ q = \frac{\bar{Y}_{max} - \bar{Y}_{min}}{SE} \]
Situação em que um tratamento pertence simultaneamente a dois grupos que deveriam ser diferentes entre si, gerando uma incongruência lógica na interpretação dos resultados
A ambiguidade de resultados acontece nos testes tradicionais de comparações múltiplas (como Tukey, Duncan, SNK etc.)
| Tratamento | Média | Grupo |
|---|---|---|
| A | 10.0 | a |
| B | 10.2 | a |
| C | 10.5 | ab |
| D | 11.0 | b |
C está no grupo “ab”, o que indica:
Mas:
❗ Contradição: Como C pode ser igual a ambos A e D, se A e D são diferentes entre si?
Isso acontece porque os testes tradicionais:
Fazem comparações par-a-par independentes;
Cada comparação não leva em conta as demais;
A lógica de transitividade não é garantida:
Dificuldade na interpretação:
Confusão em relatórios, teses e publicações
Pode levar a decisões erradas em experimentos ou ensaios
Os métodos baseados em agrupamentos sequenciais (como o Scott-Knott):
Não existe fundamento estatístico sólido que exija a ANOVA como pré-requisito obrigatório para testes de comparações múltiplas.
Em muitos casos, é mais informativo aplicar diretamente os testes de comparação, especialmente quando:
“Comparações múltiplas são uma questão de equilíbrio: queremos detectar diferenças reais sem sermos enganados por variações aleatórias.”
