Aula 12 - Probabilidades (Parte II)
Na Aula 02 vimos como uma das motivações...
Lançar um dado equilibrado e observar o resultado obtido na face superior do dado.considerando que esse dado é equilibrado, e o evento $ A\subset \Omega $, então podemos calcular a chance de $ A $ ocorrer pela la medida de probabilidade, da seguinte forma:
\begin{align*}
P(A) & = \frac{\#A}{6} = \frac{\textrm{número de resultados favoráveis a A}}{\textrm{número de resultados possíveis}}.
\end{align*}
Essa é a conhecida a probabilidade clássica!
Todo evento de $ \Omega $ que podemos atribuir uma probabilidade, chamamos de evento aleatório.
Seja $ \Omega $ o espaço amostral, então uma função $ P $, tal que $ P:\Omega \to \mathbb{R} $, é chamada de medida de probabilidade ou probabilidade, aos eventos do espaço amostral satisfazendo os seguintes axiomas de Kolmogorov:
Uma peça moldada de injeção é igualmente provável de ser obtida, a partir de qualquer uma das oito cavidades de um molde.
Nesse caso, (a) o espaço amostral é $ \Omega = \{1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8\} $. Como a peça moldada de injeção é igualmente provável, então (b) a probabilidade de a peça ser proveniente da cavidade 1 ou 2, é dada por:
\[\begin{aligned} P(\{1\} \cup \{2\}) & = P(\{1\}) + P(\{2\}), \quad \textrm{(Eventos disjuntos)}\\ & = 1 / 8 + 1 / 8\\ & = 2 / 8. \end{aligned}\]Por fim, (c) a probabilidade de a peça não ser proveniente nem da cavidade 3 nem da 4, é dada por:
\[\begin{aligned} P(\{3\}^c \cap \{4\}^c) & = P[(\{3\} \cup \{4\})^c], \quad \textrm{(Lei DeMorgan)}\\ & = 1 - P(\{3\} \cup \{4\}), \quad \textrm{(Evento complementar)}\\ & = 1 - [P(\{3\}) + P( \{4\})], \quad \textrm{(Eventos disjuntos)}\\ & = 1 - [1 / 8 + 1 /8]\\ & = 1 - 2 /8\\ & = 6 / 8. \end{aligned}\]Uma empresa de eletricidade oferece uma taxa vitalícia de energia a qualquer lar cuja utilização de energia esteja abaixo de $ 240 $ kWh durante um determinado mês. Represente por $ A $ o evento de um lar selecionado aleatoriamente em um comunidade que não excede a utilização da taxa vitalícia em janeiro e por $ B $ o evento análogo para o mês de julho ($ A $ e $ B $ se referem ao mesmo lar). Suponha que $ P(A) = 0,8 $, $ P(B) = 0,7 $ e $ P(A \cup B) = 0,9 $. Calcule:
Isso ocorre porque os eventos não são disjuntos, uma vez que os dois eventos consistem no mesmo lar X, em ser selecionado. Assim, podemos obter $ P(A \cap B) $, dado por: \[\begin{aligned} P(A\cap B) & = P(A) + P(B) - P(A \cup B) \\ & = 0,8 + 0,7 - 0,9 \\ & = 0,6. \end{aligned}\] No caso do ítem (b), o evento que representa o lar X de a quantia vitalícia ser excedida em exatamente um dos dois meses por ser representado por: $ (A^c \cap B) \cup (A \cap B^c) $, uma vez que,
\[\begin{aligned} A^c = \{\omega \in \Omega: \omega = \textrm{``lar X que exceder 240kWh em janeiro''}\}, \\ B^c = \{\omega \in \Omega: \omega = \textrm{``lar X que exceder 240kWh em julho''}\}.\\ \end{aligned}\]Podemos ainda observar que $ A \cup B = (A^c \cap B)\cup (A \cap B) \cup (A \cap B^c) $, e que cada um dos eventos dentro do parêntese são disjuntos dois a dois, logo,
\[\begin{aligned} P(A \cup B) & = P[(A^c \cap B)\cup (A \cap B) \cup (A \cap B^c)]\\ & = P[(A^c \cap B) \cup (A \cap B^c)] + P(A \cap B). \end{aligned}\]
Considere um espaço amostral e o evento, não vazio, $ A $, então a probabilidade do evento complementar $ A^c $ ocorrer, é dado por:
\[\begin{aligned}
P(A^C)=1-P(A).
\end{aligned}\]
Essa situação é consequência da regra da adição para $ A\subset\Omega $, e substituindo $ B $ por $ A^C $, temos
\[\begin{aligned}
P(A\cup A^C) & = P(A)+P(A^C)-P(A\cap A^C),\\
P(\Omega) & = P(A)+P(A^C)-0,\\
1 & = P(A)+P(A^C),
\end{aligned}\]
logo segue a expressão anterior.
Dados dois eventos $ A $ e $ B $ definidos em $ \Omega $, então a probabilidade condicional do evento $ A $ dado que ocorreu o evento $ B $, denotado por $ P(A|B) $, é definida por:
\[\begin{aligned}
P(A|B) = \frac{P(A \cap B)}{P(B)},
\end{aligned}\]
para $ P(B) > 0 $.
Baseado no problema de Paulo, denotaremos os eventos:
Desse modo podemos representar, a probabilidade desses defeitos da seguinte forma: $ P(D|M_1) = 0,01 $, $ P(D|M_2) = 0,02 $, e $ P(D|M_3) = 0,03 $. Assim, percebemos que a probabilidade do evento $ D $ não pode ser observada facilmente, pois o defeito dos produtos produzidos pelas máquinas está condicionado a cada máquina.
Seja os eventos não vazios $ A_1,A_2,\ldots,A_n $ em $ \Omega $, com $ P(\bigcap^{n}_{i=1}A_i)>0 $, então a probabilidade do produto desses eventos é dado por
$$ P(A_1\cap A_2\cap \ldots \cap A_n)=P(A_1)P(A_2|A_1)\ldots P(A_n|A_1\cap A_2 \cap \ldots \cap A_{n-1}). $$
Se a sequência $ A_1, A_2, \ldots, $ são disjuntos dois a dois, não vazios, e $ \bigcup^{\infty}_{i=1}A_i=\Omega $, então dizemos que essa sequência forma uma partição de $ \Omega $.
Seja uma sequência de eventos $ A_1, A_2, \ldots, A_n $ de $ \Omega $, disjuntos, tal que $ \bigcup^{n}_{i = 1}A_i = \Omega $, e $ B $ um evento de $ \Omega $, não vazio, então a probabilidade de $ B $ é dada por:
\[\begin{aligned}
P(B) = \sum_{i = 1}^{n}P(B|A_i)P(A_i),
\end{aligned}\]
para $ P(A_i) > 0 $, sendo $ i = 1, 2, \ldots, n $.
Voltando ao problema de Paulo, como $ P(M_1) = 0,50 $, $ P(M_2) = 0,40) $ e $ P(M_3) = 0,10 $, então a probabilidade de uma sandália ter defeito é
\[\begin{aligned}
P(D) = & \sum_{i = 1}^{3}P(D|M_i)P(M_i)\\
= & P(D|M_1)P(M_1) + P(D|M_2)P(M_2) + P(D|M_3)P(M_3)\\
= & 0,01 \times 0,50 + 0,02 \times 0,40 + 0,03 \times 0,10\\
= & 0,016.
\end{aligned}\]
Considere o espaço amostral $ \Omega $. Dois eventos $ A $ e $ B $ de $ \Omega $ são independentes se satisfaz ao menos uma das seguintes condições:
Se A e B são eventos independentes, não vazio, definidos em $ \Omega $, então Que é o mesmo que entender que $ P(A) \times P(B) = 1/6 = P(A\cap B) $. Logo, $ A $ e $ B $ são eventos independentes. Considere o espaço amostral $ \Omega $. Uma sequência de eventos $ A_1, A_2, \ldots, A_n $ de $ \Omega $ são independentes se e somente se: logo, não são independentes. para $ P(A_k) > 0 $ e $ P(A_i) > 0 $, sendo $ i = 1, 2, \ldots, n $. A tomada de decisão será substituir a máquina $ M_2 $. Poderíamos ter tomado uma decisão equivocada se não fosse o teorema de Bayes.Exemplo
Probabilidade condicional
Exemplo (Motivação)
Regra do produto de probabilidade
Partição de $ \Omega $
Teorema da probabilidade total
Exemplo (Motivação)
Independência de dois eventos
continuação…
$$ P(A|B) = \frac{P(AB)}{P(A)} = \frac{P(A)P(B)}{P(B)} = P(A), \quad \textrm{para } P(B) > 0; $$
$$ P(B|A) = \frac{P(BA)}{P(A)} = \frac{P(A|B)P(B)}{P(A)} = P(B), \quad \textrm{para } P(A) > 0; $$
$$ P(AB) = P(B|A)P(A) = P(B)P(A), \textrm{para } P(A) > 0. $$
continuação…
Teorema de independência de dois eventos
Exemplo
\begin{align*}
P(A|B) & = \frac{1/6}{1/3} = 1/2\\
P(A|B^c) & = \frac{2/6}{4/6} = 1/2.
\end{align*}
Exemplo
Independência de uma sequência de eventos
\begin{align*}
P(A_i \cap A_j) & = P(A_i)P(A_j), \quad \textrm{para } i \neq j; \\
P(A_i \cap A_j \cap A_k) & = P(A_i)P(A_j)P(A_k), \quad \textrm{para } i \neq j \neq k; \\
\vdots & \nonumber\\
P(\cap_{i = 1}^{n} A_i) & = \prod_{i = 1}^{n}P(A_i).
\end{align*}
Exemplo (Motivação)
\begin{align*}
P(D|M_i) & \neq P(D) = 0,016 \Rightarrow D \textrm{ e } M_i \textrm{, para } i = 1, 2, 3,
\end{align*}
Teorema de Bayes
\begin{aligned}
P(A_k|B) = \frac{P(B|A_k)P(A_k)}{\sum_{i = 1}^{n}P(B|A_i)P(A_i)}, \qquad k = 1, 2, \ldots, n,
\end{aligned}
Exemplo (Motivação)
\begin{aligned}
P(M_1|D) = \frac{0,01 \times 0,50}{0,016} = 0,3125\\
P(M_2|D) = \frac{0,02 \times 0,40}{0,016} = 0,5000\\
P(M_3|D) = \frac{0,03 \times 0,10}{0,016} = 0,1875\\
\end{aligned}
Questões?